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  • Foto do escritorJoana Bicalho

E se a etiqueta da sua roupa contasse como ela foi feita?


A maioria de nós, consumidores, sabe que por trás dos produtos que compramos de algumas empresas há tristes histórias de escravidão. No entanto, no maior estilo “O que os olhos não veem, o coração não sente“, poucos procuram saber mais sobre o assunto.

Mas, e se o trabalho escravo fosse relatado na etiqueta das mercadorias, não dando muita escolha aos consumidores? Será que eles seriam capazes de continuar ignorando os fatos e comprar os produtos da mesma forma?

Essa é a provocação da ONG canadense Fair Trade Network. Em parceria com a agência Repense, a organização criou campanha que estampa nas etiquetas das roupas as histórias de vida das pessoas que as produziram. E acredite: infelizmente, elas não são nada felizes.

A ideia é ‘incomodar’ o consumidor, para que ele abandone o estado de inércia e comece a pesquisar sobre a cadeia produtiva das empresas que fazem parte do seu dia a dia. Se elas forem socioambientalmente responsáveis, vale a pena continuar comprando seus produtos e até indicá-los aos amigos. Mas, se não respeitarem o meio ambiente e as leis trabalhistas, é hora de rever a preferência.

Ficou curioso para saber o conteúdo das etiquetas das roupas que estrelam a campanha da Fair Trade Network? Veja, abaixo! E não se esqueça de ter a mesma curiosidade com as etiquetas das roupas que você usa!

A etiqueta diz: “100% algodão. Feita em Serra Leoa por Tejan. Nas primeiras vezes em que cuspiu sangue, ele escondeu de sua família. Eles não podiam pagar o tratamento médico e ele não podia arriscar perder seu emprego de longa data na plantação de algodão. Um dia, quando teve uma convulsão, aquilo não podia mais ser ignorado. O diagnóstico foi de intoxicação por agrotóxicos. A falta de um vestuário adequado o deixou com leucemia aos 34 anos. Ele tem duas filhas. Uma delas começa a trabalhar na fábrica no próximo ano. A etiqueta não conta toda a história.”

A etiqueta diz: “100% algodão. Feito em Bangladesh por Joya, que deixou a escola com 12 anos para ajudar seus dois irmãos e a mãe recém-viúva. Seu pai foi morto quando um incêndio destruiu a fábrica de algodão em que ele operava. Agora ela trabalha no prédio do outro lado da rua onde a fábrica foi queimada. Um constante lembrete do risco que ela corre todos os dias. A etiqueta não conta toda a história.”

A etiqueta diz: “100% Algodão. Feito em Camboja por Behnly, de 9 anos de idade. Ele acorda cinco horas da manhã todos os dias para ir até a fábrica de roupas onde trabalha. Está escuro quando ele vai e escuro quando ele volta. Se veste com roupas leves porque a temperatura da sala onde trabalha chega a 30ºC. A poeira na sala enche seu nariz e boca. Ele ganha menos de um dólar por dia, que passa lento e sufocante. Uma máscara custaria 10 centavos à fábrica. A etiqueta não conta toda a história.”

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